terça-feira, 14 de junho de 2016


OBS. : Por favor, LER antes os textos dos seguintes 'links':
1.) http://harpersbazaar.uol.com.br/bazaar-kids/escolas-do-reino-unido-aderem-ao-uniforme-genderless/
2.) https://www.nexojornal.com.br/especial/2016/06/08/Nem-de-menino-nem-de-menina.-Apenas-brinquedos

Sabem porque essas iniciativas não chegam a me "entusiasmar" (compreendo, mas não me entusiasmo)?
NÃO acredito em benefício através de um "futuro andrógino", onde Gênero se tornaria uma espécie de 'geleca' com "todomundoigual'.
Já vi essa proposta ser colocada com tamanha 'veemência', que ficava claro na exposição o risco de estarmos diante de "MAIS-DO-MESMO".
"Mais-do-mesmo", diante de simplesmente arriscarmos repetir as tolices do passado/presente, já que "imposição do tipo x", ou "imposição do tipo y", são irmãs gêmeas e siamesas em seu caráter impositivo, autoritário e arrogante, pouco "libertários" de fato...
Afirmar categoricamente que "o certo é existir apenas masculino e feminino", OU afirmar que "o certo é não existir definição", dá no mesmo, uái!...
Por que não apenas observar o quê emerge de cada indivíduo, e - aí sim - acolher o que emergir (o que depende de estar preparado POR DENTRO para esse acolhimento)?...
E, como sigo Wittgenstein quando ele diz que "Se alguém diz 'o certo é isso', a única coisa certa ali é que aquele alguém parou de pensar", ao contrário de afirmar que alguma coisa é "certa", prefiro apostar na proposta da livre PLURALIDADE, nomenclatura e conceito que tem o dedinho da Hannah Arendt também...
Faço - SIM - o aplauso sistemático à singularidade.
Por que não faria o mesmo 'elogio-aplauso-escolha' pensando na questão do Gênero?...
Acredito nos benefícios de um futuro plausível de GÊNERO PLURAL E LIVRE, com uma "paleta" infinita de possibilidades de expressão de Gênero, sem discriminações a nenhuma, num processo COM direito à AUTONOMIA de cada sujeito, sem "atividades estimulantes" NEM para um lado ("feminino + masculino e ponto final"), NEM para o outro ("todomundoigual").
Modificar o que está "do lado-de-fora", o externo, o material, acaba acontecendo naturalmente quando nos preocupamos ( e nos ocupamos) com as modificações "de-dentro-por-dentro", as elaborações plausíveis e graduais das interioridades referentes ao assunto.
Isto significa que Ética e Estética funcionam ainda melhor quando funcionam em uníssimo. O que depende do universo das interioridades não responde bem a "decretos", mas costuma responder satisfatoriamente à ILUMINAÇÃO que a reflexão orientada produz.

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