terça-feira, 6 de julho de 2010

PARA QUEM É OU CONHECE QUEM SEJA DE RH (ou SEMELHANTE)




Agosto vem chegando, e gostaria de lembrar e propor a possibilidade de ser contratada para alguma palestra no período assumido como dedicado a (pelo menos) um dos aspectos das MASCULINIDADES: a paterndade.

Sou psicóloga; estudo e trabalho (desde 1979) com este aspecto tão específico da questão de Gênero: as Masculinidades.

Frequente e curiosamente, as ações dos Programas Pró Equidade de Gênero privilegiam as questões das mulheres. Daí minha tentativa de contribuição: as questões das Masculinidades existem, e dificilmente as questões (ditas) 'de mulheres' ou ‘de crianças’ terão escuta real antes que as Masculinidades renovem seu próprio poder de reflexão.

Creio num MASCULINO, com referencial MASCULINO (ainda a desbravar?), tão AUTÔNOMO quanto o FEMININO o conquistou, e com RENOVADO PROJETO PRÓPRIO, o que só beneficiará os demais grupos de gênero ou etários.

Que sejamos capazes de atravessar fronteiras político-culturais que têm não só distanciado homens de si-mesmos, de mulheres e crianças, mas - homofobicamente - homens de seus iguais!

Alguns Projetos que desenvolvi até agora foram diretamente voltados para o assunto.
Em outros (educacionais, culturais), tirei partido de minha experiência para abordá-lo em algum segmento que o permitisse.
Nunca o abandonei ou abandono; não consigo pensar o ser humano sem ele.

Estas múltiplas atividades buscam provocar (deixando uma semente que se multiplique depois de minha interferência) o debate de temas que julgo fundamentais para a melhor qualificação das Masculinidades, para a Equidade de Gênero, e para uma sociedade que inclui mulheres, homens e crianças, que continuam interagindo e merecendo reflexões.

O CURSO OPCIONAL QUE PODE SER TAMBÉM NEGOCIADO EM ALGUMA OUTRA OPORTUNIDADE:


» MASCULINIDADES HOJE:

LEVANTANDO QUESTÕES QUE ATINGEM TODOS NÓS”
- CURSO - com Christina Montenegro

RESUMO DAS QUATRO AULAS (Duas horas cada aula):

1a- INTRODUÇÃO A ALGUMAS QUESTÕES SOBRE MASCULINIDADES HOJE

(Porque e como me envolvi com o tema; resumo de minhas experiências em

pesquisas e oficinas anteriores e atuais; as três questões que levanto sobre as

Masculinidades; relação comentada de bibliografia resumida sobre o assunto: o que

tem sido publicado sobre Masculinidades desde 1931 até 2010, e como temos sido

influenciados por isso).

2a- MASCULINIDADES E O TEMPO

(Masculinidades e história; história das exclusões; história de pesquisas sobre gênero;

reflexões sobre a história do que seriam “patriarcados”, “matriarcados”, e

“fratriarcados” no nosso imaginário).

3a- MASCULINIDADES E O ESPAÇO

(Masculinidades no exercício da Economia, da Política e da Ética).

4a- MASCULINIDADE E IDÉIAS

(Masculinidades e o Pensamento: Masculinidades e Filosofia / Ciência / Arte / Cultura

/ Indústria Cultural / Humor / Performances, Transperformances e Estilo).

JUSTIFICATIVA RESUMIDA:

As recentes e estarrecedoras estatísticas (referentes às letalidades, adoecimentos, aprisionamentos, acidentes, internamentos, criminalidade – todos direcionando os seus maiores e piores índices para os seres nascidos com o sexo masculino), reiteram a necessidade de se manter as MASCULINIDADES como uma QUESTÃO a ser refletida por todos nós. Elas deveriam mesmo nos assombrar; e assombrar - com requinte - o contingente masculino. É do ASSOMBRO que vêm as melhores REFLEXÕES.

O preguiçoso senso comum se habituou a alardear a SUPERIORIDADE MASCULINA nas QUESTÕES DECISÓRIAS ao longo da história do planeta, associando fenômenos como a misoginia, o patriarcalismo, e o patrimonialismo (e suas conseqüências), como provas desse (indiscutível?) PODER.
Mas que PODER AUTOFÁGICO é esse que essas estatísticas exibem? PARA QUE “TRIUNFO” serve, afinal, ao exibir seu implacável teor de SOFRIMENTO e LETALIDADE? Só o SENSO CRÍTICO combate os equívocos do senso comum.

Mães também educam, mas seu limite começa na impossibilidade de ensinar aos SEUS MENINOS, O QUE SIGNIFICA NASCER HOMEM, o que isso é, e o que pode significar na vida íntima e pública.
A sociedade parece ter se habituado a “aceitar como natural” os pais (de sexo masculino) ausentes.

Ausentes desde a aparente impossibilidade de ministrar essa lição única e intransferível (compulsória?) especialmente aos novos seres que vão nascendo com sexo masculino. Com freqüência vemos caracterizados casos de negligência mais graves, que beiram ou assumem caráter criminal.

Pais-Homens que parecem ensinar um perverso “PACTO DE SILÊNCIO” a seus filhos-homens. Silêncio na sua própria e singular intralocução, na interlocução com seus iguais, e – conseqüentemente – na interlocução com as demais categorias de gênero.

Estaríamos numa sociedade igualmente pactuada com o silêncio, com a negligência, com o filicídio? Numa sociedade irresponsável diante de todos os seus descendentes, e curiosamente suicida, pois a manutenção desse fenômeno “assassinaria” a todos, metaforicamente ou não?!

Porque o HOMEM é a única categoria de gênero que não se organizou? Estaria “engambelada” pelo seu poder retórico e burocrático, como se esses fossem suficientes? Tão “engambelada” que se faz de cega diante das estatísticas que apontam a autofagia desse seu “poder”?

Se parece tão inapto para a Esfera Íntima, é de fato apto para a Esfera Pública?

Buscamos exercitar a plausibilidade de re-iluminar o teor filicida/ fetichista / reificador / suicida que parece ser desenvolvido nas relações da maioria dos grupos sociais guiados por comportamentos tradicionais, patriarcais, misóginos e patrimonialistas (clara ou dissimuladamente), esperando tirar isso tudo “de debaixo dos tapetes”, ou do esconderijo do fundamentalista silêncio sobre o assunto, e – claro – pensar em novas estratégias de sobrevivência para o contingente masculino...e todos nós.

Abraços da

CHRISTINA MONTENEGRO
Psicóloga com Pós graduação em Sociologia Política e Cultura, Especializações em Psicopedagogia e Psicologia Clínica, e Bacharelado em Artes Cênicas.
ILUSTRAÇÃO: O dia supostamente é 25 de Julho; alguém viu o contingente masculino comemorando?...

2 comentários:

KIKA RIBEIRO disse...

Adorei seu blog!
Virei fã!

Bjs
Kika

Jeferson Cardoso disse...

Christina, não sei se educar filhos é difícil ou se somos nós que complicamos. Não sei se é o homem que não se organizou categoricamente ou se é a família que perdeu seu espaço.
Abraços.
Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com