terça-feira, 28 de abril de 2015


ENTREVISTA QUE SAIU NO ESTADO DE MINAS em 19 de abril de 2015; pode procurar, que estou nela!...:

Como é o macho do século 21? Quais são seus desejos,angústias, dúvidas e certezas?
Ele se sente confortável diante das mudanças femininas ou vive numa encruzilhada?
'MUITOS HOMENS NUM SÓ'
LILIAN MONTEIRO

"O homem é indeciso na esfera emocional e soberbo em sua imagem externa.
Ele sempre foi um metrossexual da alma” (■ Fabrício Carpinejar, escritor, jornalista e professor universitário)

Quebra de tabus. Fim de
estereótipos. Questionamentos
existenciais.
Como o homem contemporâneo
se traduz?
Clarice Lispector, em uma de
suas crônicas nos idos dos anos
1960, escreveu: “Homem chorar
comove. Respeito muitoohomem
que chora”. Ainda que exemplares
raros, é perceptível que o homem
sensível andaemalta.Éaquele que
chora no cinema, ouve tudo que a
mulher temadizer, cuida da barba
edo cabelo, cozinha, divide as tarefas
de casa, toma conta dos filhos e
tem certeza de que, ao decidir ser
sensível, em nada interferirá na
sua virilidade.
Os tempos são outroseapostura
de macho troglodita não cabe
mais (ainda que sobreviva).Opapel
de cafajeste, galinha,apostura machistaeopiniões
do tipo “isso é coisa
de mulher” é das mais
retrógradas. Esse perfil é combatido
e cada vez mais um clichê. Assim
como a ideia de queamulher
precisa deumhomem fortão, com
cara de mau, que pague suas contas
e compre seus sapatos. É fato
que mulher gosta que eles sejam
poderosos, protetores, que tenham
pegadaede sentir-seamparada, seja
na hora do afeto ou das inseguranças.
Mas na realidade, quem faz
sucesso no século 21 é o homem
que não precisa dominar, competir
ou mostrar que é uma fortaleza. A
escolha mais inteligente é aquele
que aposta no respeito, no companheirismo
e na admiração.
Mas o caminho a percorrer é
longo. O escritor gaúcho, jornalista
e professor universitário Fabrício
Carpinejar, reconhecido pela
sua irreverência literária, esteve
em Belo Horizonte para a conferência
“O jardimeoquintal, a fidelidade
e a lealdade: estudo poético
das relações humanas”, na Academia
Mineira de Letras, e, numa
conversa com o Bem Viver, disse
acreditar queohomemanda meio
perdido, porque precisa, ao mesmo
tempo, “ser sensível e másculo,
se cuidar e ter um ar desleixado,
o que é complicado.Ohomem
não pode fazer o que a mulher
quer e carrega um dilema porque
ela não sabe e deseja vários homens
dentro de um. Não pode ser
só viril, mas determinado. Não
quer força, quer firmeza. Ela não
perdoa o homem sem coragem,
tem de ter iniciativa. Ao mesmo
tempo, tem de saber respeitar e
dar espaço para o feminino, a delicadeza,
a sensibilidade e dar tempo
para falar e ouvir. Ela querohomem
meio-termo, que tem capacidade
para ser louco e sereno”.
Poeta e cronista, Carpinejar “receia”
que o homem esteja mais românticoqueamulher.“
Mas elaanda
comopé atrásenão aceita a sua
gentileza, porque acha que ele a está
comprando.Amulher está com
dificuldade diante do puro princípio
cavalheiresco.Hádesconfiança,
porque tem várias imagens e ela
não sabe em quem acreditar. E o
homem está desconcertado, porque
precisa terumamultidão masculina
na alma.”
Para o escritor, no momento, o
homem sofre o impacto das relações
modernas, líquidas, da paternidade.
“Deixou de ser mero assistente
para assumir as crianças, novas
tarefas em casa, na relação e,
ao mesmo tempo, desenvolveu a
espontaneidade, a sensibilidade e
temaprendido o que é devoção.”
VAIDADE Por outro lado, Carpinejar
diz que o homem é bem mais
vaidoso que a mulher. “Seja um
brucutu, um modelo, um estivador,
um DJ.” E a vaidade masculina
não decorre da preocupação estética,
“pois ele se vê tão superior,
que dispensa enfeites. Sua fragilidade
parte do conteúdo, de sua
essência. Enquantoamulher é segura
espiritualmente e humilde
na aparência (procurando infinitamente
acessórios e roupas para se
melhorar),ohomemé indeciso na
esfera emocional e soberbo em
sua imagem externa. Ele sempre
foi um metrossexual da alma”.
Carpinejar afirma que a ostentação
do homem vem da carência.
“Ele precisa constantemente ser legitimado,
festejado pela sua companhia,
senão se apaga. Apesar da
fachada inviolável, eleédependente
de um agrado. Não dispensa cafuné
na linguagem, um afago em
seu ego. Adquire segurança de fora
para dentro, a partir da repercussão
de suas ações. O homem
não sobrevive diante da estiagem
do elogio. Por isso, não fica sozinho.
A vulnerabilidade do macho é
megalomaníaca. Ele anseia mesmo
por uma chuva de confetes. Bajulação,
se for o caso. Não importa se
a declaração é exagerada ou não,
fundamentada ou artificial. É um
Narciso no corpo de Hércules.”

Solteiros ou casados, eles se
propõem a pensar, a agir, a evoluir
e a descobrir a nova faceta da
masculinidade contemporânea com
responsabilidade e sensibilidade.

Oprimeiro passo para a transformação
está na sabedoria de pensararespeito, seja
de um fatoemsi,do comportamento,da atitude,
das percepções, do que se ouve e fala.
Casado, relações-públicas, com atuação
no mercado de publicidade, professor de
marketing digitalepensador sobreocomportamentohumano
no blogque levaseu
nome,FabrízzioNardi,de32anos,éenfático
aoafirmarque“nãoháumnovohomem.O
homemcontemporâneoéomesmo,com
novopapeleresponsabilidades”.
Para Fabrízzio, antes,ohomemnão tinha
direito à emoção. Era apenasumser
racional. Ele não podia deixarolado emocional
transparecer, porque isso era sinônimode
fraqueza. Depois de anos de luta,
comocrescimentodamulheresuainserção
no mercado de trabalho,avaidade do
homem chefe de família passou a ser
questionada, assim como suas certezas e
convicções. “Aí está todooproblema que
eles precisam encarar.”
Fabrízzio assegura queomaior obstáculomasculinoestánofatodeasuavaidadeestarnaessência.
“Por isso,émaiscomplexoeodesafio
demudançaémaior para
ele.Agrande questão é a ligação com a
emoção,jáquesempretentaencontrarargumentosracionaiseesqueceoafeto,
arelação
emocional. Paraohomem,émuito
mais difícil.”
Mais do que geração, para Matheus
Ventura, de 24, jornalistaqueatua na área
de comunicação empresarial,operfil do
homemcontemporâneotemavercomas
transformações da sociedade, as mudanças
do mundoeasmodificações do comportamento.
Noentanto,elereconheceter
mais aberturaecabeça flexível diante das
questões atuais do que homens mais velhos,
“muitos ainda presos em atitudes e
pensamentos ortodoxos”.
Matheus não sabe dizer seéummovimento,
umgrupopequenoouserealmente
os homens, enfim, decidiram assumir
sem amarras atitudes que demonstram
sua sensibilidade. “Falo por mim e pelo
meu círculo de amizades que, sim,ohomemjánãotemvergonhadedemonstrar
suasemoçõeseestásegurodequenãoafetarásuamasculinidadeevirilidade.”
Elerevela
que acompanhou sua mãe ao show
doRobertoCarlos,aprincípionãotãoconfortável,
mas que ficou tão emocionado –
já que o cantor faz parte de uma história
lindadeseuspais–quechoroumuito.“Foi
especialeatéposteinoFacebook”,admite.
RESISTÊNCIA Para Matheus, a barreira
que percebe diante desse novo homem
éque “muitas mulheres têm resistência
aesse ser sensível. “O que é loucura, porque
não é questão de gênero, mas de
pessoas.Eossentimentoseemoções são
inerentes a todos.”
Já Fabrízzio reconhece que o caminho
não tem sido fácil, nem tranquilo.
Ele acredita que a mulher soube evoluir
melhor e o homem tem dificuldade
em traduzir o novo papel em comportamento.
Para Fabrízzio, a saída é o
homem praticar “o amor-comportamento,
que é diferente do amor-sentimento,
do dizer eu te amo. O comportamental
é entender, abrir mão, raciocinar,
tolerar, dialogar”.
Também poeta, na luta para publicaroprimeiro
livro de poesiaseensaios
apartir da compilação de muros pichados
da capital, Palavra dura, Matheus
revela que mora com quatro mulheres:
mãe, irmã e sobrinhas, com idades entre5e60.
“Essa convivência interfere na
minhavisão. Acreditoemrespeitoeentendo
mais as mulheres e tenho meu
papel masculino diluído, já que assumo
funções dentro de casa de forma natural
– cozinhar, fazer comprasearrumar
oquarto. Mas vejo as diferenças. Minha
mãe acha que ela tem de passar minha
roupa, minha irmã cobra se não arrumo
a cama e minha sobrinha de 21
anos diz que tenho mais é que me
virar.” Vivendo nesse universo feminino,
Matheus conta que aprendeu, principalmente,
a ouvir. “Em comum com
todas elas é a paciência para escutar. É
preciso ouvido de ouro, senão o entendimento
não se traduz.”
TEMPO Matheus crê queamulher busca
nohomemdehojealguémqueaapoieea
entendananasuacaminhadanabuscada
independência emocional, ainda que pareça
paradoxal. “O que importa é o companheirismo.
Elaquerqueeleadeixelivree,
assim, os dois terão mais chances de andar
juntos. Aliás, é amesmabusca do homem,
umamulherindependenteeparceira.”
Preciso e seguro em seus pensamentos,
Fabrízzio crê que o homem
queredemonstraodesejo por mudança,
seja na busca da relação a dois, seja
no direito a sentir emoções. “Mas, certamente,
ele faz isso de maneira gradativa.
É ummomento de transição, não
de metamorfose completa. E vai levar
algum tempo.”

Psicanalista
e psicóloga
expressam seus
pontos de vista a
respeito do novo
homem, fazem
contraponto
e indicam
mudanças
e caminhos:

“Ao lado da nova mulher, que se
construiunasúltimascincodécadasa
partirdarevoluçãoprovocadapeloadvento
da pílula anticoncepcional, que
lhepermitiuplanejarsuavidaafetiva,
familiareprofissional, surgetambém
umnovo homem.”Aafirmação é de
GildaPaoliello, psiquiatra, psicanalista
eprofessora da residência de psiquiatria
do Instituto de Previdência dos
Servidores(Ipsemg).Eessehomemseria
consequência da nova mulher?
“Talvezsim,mas,semdúvida,parceiro
e, portanto, também 'possibilitador'
do crescimento dessa nova mulher. É
aquele que compartilha com a companheira
os custosebenefícios da vidaadois.
Tento pensar emumherói
que encarne essenovohomem, mas
não identifico nenhum. Seriaumanti-
herói? Para mim,oque mais caracteriza
essenovohomeméacapacidade
de se reinventar.”
Naanálise de Gilda, háummodelo
identificatório com os próprios
pais, às vezes até pelo avesso, modeloqueéimitadoecriticado.
“A princípio,
talvez, o homem tenha se surpreendido
com a nova condição da
mulher, tão diferentedomodelotradicional,
etenha tido dificuldadeem
acompanhá-la ou, talvez ainda, tenhatidoailusão
dequeessamudança
pudesse ser parcial, onde ele era o
limite. Ledo engano.Omundo mudou
e asmudanças são inexoráveis.
Vierampara ficar e temos que legitimar
novas formas de viver esse
tempo. Então, ele teve que se reinventar.
Uma marca desse homem:
ter mais dúvidas que certezas.”
Gilda acredita que os representantes
dessa transformação, apesar
de raros, já são suficientes para marcar
uma diferença, uma nova classe.
Ela diz que háquemconsidere que o
homemganhou mais com essas novas
posições, poisamulher passa a
dividir com eleopapel de provedor,
sem deixar de cumpriramaternidade
e todas as suas implicações. “Não
concordo. O verdadeiro novo homem
é, sim, capaz da maternagem,
pode ser doce e viril, mas essas mudanças
trazem implicações em seu
papel de pai. As próximas gerações
nos mostrarão quais.”Apsiquiatra e
psicanalista pondera queamulher
deve ter cuidado para não se colocar
numlugardesupostopoder,queela
tantocombateunohomem.“Ela precisa
lembrar que poder deve ser,
sempre, verbo transitivo.Anovamulher
não pode se transformar no antigohomem.
Sehámesmoumnovo
homemparaumanovamulher,arelação
tem que ser reinventada, sem
simples inversão de papéis. Iguais direitos,
iguais deveres, sem que isso
vireumacarteira de promissóriasou
garantias, destruindoadelicadeza da
relação. Mudança dá trabalho.”
GERAÇÕES O interessante dessa
transformação masculina, ainda que
sem comprovação científica, é que
ela não se limita a jovenshomensou
da geração Y, não há restrição de
idade. “Isso! Alguns trazem essas característicasnoDNA,
outros,aduras
penas, aprendem a romper com velhos
padrões, enquanto outros resistemàs
mudanças, já queatendência
do ser humano é a repetição. Ninguém
encontra um caminho prontoenossa
épocaédecaminhos sinuosos,
já que as tradições lineares foram
quebradas. Para se tornar um
novo homem, mais que nunca esse
caminho deve ser construído.”
Numexercíciodefuturismo, para
ondeohomemcaminha?Gilda enfatizaqueacontemporaneidadeéfeminina.
“Estudos nos apontam que é a
eradasdiferenças,dassingularidades,
dadiversidade,dacriatividade,dafaltadehierarquias,
darazão afetiva, todas
essas, qualidades familiaresaofeminino,
de fácil convivência para as
mulheres e difíceis para os homens,
que estão aprendendo a lidar com
elaseausá-las.” Por isso,apsicanalista
diz queamudança de posição do
homem (e da mulher) provoca uma
série de consequências, sendoamais
evidentenaclínica, atéomomento,o
deslocamentodaposiçãodopai, atualmentediluída,
nomínimo,entre os
dois. “Juntoànova mulhereaonovo
homem,umnovopai,quenãoprecisa
ser tão forte, já legitimado fora do
eixo imaginário da dominação. Mas,
como poetou Vinícius de Morais:
“Haja o que houver, há sempre um
homemeumamulher...”

Solteira,mãe d edois filhos homens
adultos, inquieta, sem ter desaprendido
de como rir (especialmente dela
mesma), Christina Montenegro, especialista em psicopedagogia e em psicologia
clínica, bacharel em artes cênicas
e pós-graduada em sociologia, política
e cultura na PUCRJ, estuda e pesquisa
sobre o homem desde1979.  
Para ela, o
debate identitário necessário é o das
masculinidadese, para discuti-las com
profundidade, não basta que apenas os
homens heterossexuais se reúnam,
mas os homossexuais e trans-homens
também. Curiosamente, paira no ar a
expectativa de que transformações se
instalem no comportamento das
masculinidades. Expectativa estudada
desde a introdução dos “Estudos das
masculinidades” como cadeira oficial
no meio acadêmico, o que foi deflagrado
nos EUA, no fim dos anos 1970.
“Mas no dia a dia, na vida do que poderíamos chamar de homem comum,
as novidades concretas são poucas, pois
costumam emergir em pequenas ilhas
culturais.Homens com acesso à informação,
cultura e arte.”
No entanto, Christina reconhece
que já viu muitos“machos,emergidos
das ilhas de reflexão como pontos de
luz de um futuro promissor,adotarem
uma linda, dura, justa e boa briga contra a própria preguiça de sumariamente obedecer à pressão de assim se comportar.
Mesmo que meninos ainda sejam desestimulados a ajudar
nas tarefasdomésticas e a cuidar de seus irmãos menores,
como se fossem incapazes disso”. Autora do livro Homem ainda
não existe - Compartilhando reflexões
paraqueele exista, de2011,ela explica
que quase todo mundo hoje em dia sabe a história
da organização das mulheres.“
A única categoria de gênero que
ainda não passou por isso é a dos homens,
é o contingente masculino. Alguém
vê homens se reunindo espontaneamente
para refletir, debater, agir
ao redor das características identitárias
das masculinidades?”
Christina enfatiza que a perpetuação
de uma educação embriagada do
fenômeno que chama“CaldoCultural
PatriarcalistaPatrimonialista(veneno
queatingetantooshomensquantoas
mulheres,eopessoalLGBTT)”,complica a agilidade
dos movimentos transformadores.“
Nasescolas(particulares)
em que trabalhei, até pouco tempo
atrás,muitospais-homensrepetiamo
antiquíssimoritualdelevarseusfilhos
homens para prostitutas, para serem
'iniciados'. Mas, jamais falavam com
seus meninos de apaixonamento, do
que acontece dentro, nas interioridades
com eles (até porque nãooouviram
de seus próprios pais). Enquanto
isso,osmeninoscontinuamchamando
as meninas de ‘piranhas’ porque
beijaram mais de um na festa... E as
mães não escapam, falam mal umas
das outras meramente por conta de
suas aparências, roupas e supostos
comportamentos nas suas reuniões.
Issoempleno século 21, pós-feminismoepós-
tanta coisa.”
IRREVERSÍVEL Christina reforça que
“as ilhas de luz são ainda exceções e
emergem graças a artistas, poetas e
profissionais do humor, estes os responsáveis
pelo melhor exercício do
senso crítico que se pode ver”. E diz
quenãopensaemnichos,masnapopulação
planetáriaenão nas fantasias
populares sobre meia dúzia de rapazes
autoproclamados modernosos.
“O assunto é sério. Por conta
de brincadeiras que já se fez sobre o
assunto, pormuitasvezes ele ter sido
tratado como 'bobagem risível'.Oresultado
é que entram na moda por
uma semana, no máximo, e emseguidaoassuntomorreoutra
vez,sem
evolução alguma no horizonte. Os
homensprecisam descobrirquetêm
fome, paladares diferentes e que podemse
alimentar sozinhos se souberemquemsãoecomo/
ondedesejam
ir,equeissopodeser existencialmente
vantajoso. Precisam descobrir que
têm interioridades e desejar cuidar
delas.” E, apesar da desconfiança,
Christina se mantém otimista. “Apenas
não sou imediatista, já que prefiro
os efeitos da espontaneidade, porque
trazem resultados consistentes.
Não veremos nada semelhante a algumaexpansãoideal,
rápidaousatisfatória
agora. Acredito que nossos tataranetos
verão novas relações íntimas,
educacionais, econômicas e
políticas. É irreversível.”



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