sexta-feira, 28 de outubro de 2016


PRINCESAS, SIM; E PRÍNCIPES TAMBÉM. “ESCOLAS”(?), NÃO!

Compreendo, mas não me afino com esse discurso que desqualifica o encantamento e o contato com os Castelos, Princesas, Príncipes, Felizesparasempre (etc) dos Contos de Fadas.
São os Contos de Fadas que fazem, inclusive, o papel de primeiros arautos plausíveis dos Mitos para as crianças, pedra fundamental de inserção na Cultura e na compreensão do valor do Humanismo; e trazem ainda mais benefícios.

ÓBVIO que as "Escolas de Princesas" reais que andam pipocando por aí são risíveis, (e, por que não, prejudiciais!), e que tenho pavor delas.

Já os Mitos continuam aliados da elaboração inadiável de processos inconscientes pelos quais todos passam; não só as meninas.

Pena, aliás, que meninas tenham maior acesso aos Contos de Fadas que os meninos.

Não deveríamos TIRAR os Contos de Fadas (e castelos, princesas, príncipes, etc) das meninas; devíamos INCREMENTAR sua utilização para os meninos, também.


As crianças SABEM disso; por isso pedem que contemos os Contos repetidas vezes; as crianças SABEM (intuitivamente? inconscientemente?) que aquela narração, leitura compartilhável, áudio, vídeo ou filme é um ritual de passagem.

As "monarquias" não são reais, e sim SIMBÓLICAS, assim como os príncipes, bruxas, fadas, más madrastas, bichos falantes, florestas, sortilégios, desertos, pais que "somem", os "felizesparasempre", etc
Por isso não me afino com discurso que desqualifica esse contato.
É simplista, reducionista, perigosamente racionalista e funcionalista.


São os Contos de Fadas que podem levar as crianças a se interessar em seguida pela MITOLOGIA "em pessoa", onde vão encontrar guerreiros(as), heróis(inas), reflexões sobre o 'Bom Combate' (interno, consigo mesmo), e que será a chave para o próximo passo reflexivo em seu amadurecimento: o possível amor à FILOSOFIA, cujo SIGNIFICADO elas só poderão compreender podendo fazer todo esse percurso.

A partir daí o valor do CONHECIMENTO REFLEXIVO e das singulares INTERIORIDADES humanas poderão assumir (ou REassumir?) o lugar nobre que merecem nas gerações que estão por vir, (re)abrindo os portões coletivos para a empatia, para a solidariedade para as responsabilidades do coletivo, e para a colaboratividade.


OU desejamos um futuro DE FATO reflexivo para nossas crianças, OU deixamos para elas a mera escolha da reatividade funcional e racionalista, muito pobre diante do PODER da capacitação dialógica de suas singulares interioridades.


Quem sabe minimizemos a estatística de DEPRESSÃO que parece esmagar essa geração, na medida em que diminuamos o tamanho do VAZIO interior, que é onde ela germina, que é o que a - infelizmente - aduba?...


IMAGEM, Dan Cretu

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