domingo, 7 de setembro de 2008

FELIZ SINCRONICIDADE


Só não estou mais feliz, porque não consigo mais fazer a edição de texto daqui me "obedecer" nos necessários "itálicos", etc.
Onde sentirem falta disso, compreendam que alguma coisa de ordem técnica que não consegui resolver, ainda, está impedindo que eu utilize (provisoriamente) estes recursos.

Descobri esta notícia hoje, na "FOLHA DE SÃO PAULO", e confesso que a quantidade de conexões neste comentário sobre coisas contemporâneas com as quais ando me intrigando (a ponto de escrever sobre elas), me deixou feliz; o sentimento foi imediato: "não estou tão 'louca' assim"!... rsrsrsrsrs...

Os assuntos que a notícia desvenda transitam por:

1. Diálogos da Cultura com a Sociedade de Massa/Cultura de Massa;

2. Diálogos do universo (resumido como) 'Ocidente' com o (resumido como) 'Oriente';

3. Diálogos das Tradições dentro do próprio Oriente com novas idéias,
com possibilidades de novas IDENTIDADES e suas possíveis consequências;

4. Diálogos da Cultura com sua (frequentemente desprezada) expressão popular, o
Folhetim;

5. Diálogos do poder dessa (agora) expressão da indústria cultural com movimentações
do universo político;

6. Diálogos do UNIVERSO DA VIDA ÍNTIMA com o UNIVERSO DA VIDA PÚBLICA;

7. Diálogos entre os fenômenos do universo da Cultura, com os do universo Político e
Social, PONTUANDO (inevitavelmente?) O ASSUNTO DAS MASCULINIDADES... e por aí vai!

Não costumo colocar aqui textos 'que não escrevi'; mas, neste caso específico, seria imperdoável não compartilhá-lo (não compartilhar minha alegria, inclusive) com quem 'vem até aqui'...
Vejam só:

‘São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

‘Novela da Turquia encanta mundo árabe
"Nour" mostra aventuras de casal apaixonado; trama com temas como aborto irrita líderes religiosos’

BENJAMIN BARTHE, DO "MONDE", EM RAMALLAH :

‘Um toque de recolher de gênero inédito está em vigor nos territórios palestinos ocupados. Todos os dias, quando o relógio se aproxima das 22h, milhares de palestinas se apressam para voltar a suas casas. A causa desse movimento de massas é a transmissão da telenovela "Nour". Produzida na Turquia, dublada em dialeto árabe sírio e transmitida pela rede de TV saudita via satélite MBC, essa saga familiar em poucos meses se converteu na nova série cult das mulheres árabes. Do Marrocos ao Iraque, milhares acompanham fascinadas as vicissitudes de Nour e Mohannad, o casal dessa novela cujo roteiro açucarado exibe ao mesmo tempo luxo e poder. "Ontem minha irmã me mandou embora de sua casa porque ia começar a novela", conta Najwa, funcionária da Autoridade Nacional Palestina (ANP). "Todas as noites, não posso colocar minha filha de nove anos na cama antes do final da novela. As pessoas trocam imagens da novela pelo celular. Hoje já se vendem roupas e até álbuns de férias com os retratos de Nour e Mohannad." A bela morena e seu amado loiro e alto, que provoca suspiros, fascinam as telespectadoras mais ainda pelo fato de seu idílio acontecer em um contexto cultural que lhes é familiar. O fenômeno é tão avassalador que, apesar dos cortes feitos pela MBC na versão original, o mufti (autoridade religiosa) da Arábia Saudita lançou uma fatwa (decreto religioso) contra a novela, considerando-a "aviltante". Em Nablus, na Cisjordânia, um xeque ligado ao grupo islâmico Hamas também criticou as audácias da telenovela. Mas, em Ramallah, Beirute ou Argel, as reprimendas não têm efeito sobre a "nourmania". "Essa novela é genial porque ela mostra as tradições que são nossas, como o respeito pela família, e ao mesmo tempo nos expõem a um modo de vida mais ocidental", disse a estudante Nowar, de 19 anos, que se derrete pelo belo Mohannad. A novela mostrou uma mulher que abortou sem que seu marido soubesse e outra que decidiu criar seu filho fora do casamento. O roteiro também inclui cenas de intimidade amorosa entre personagens mais velhos, como o avô e sua segunda esposa. "O que agrada às mulheres é o romantismo demonstrado pelos homens nessa novela", observa Hanan, uma mãe de família. "Isso é uma coisa que faz muita falta no mundo árabe, onde os homens acham que, para serem viris, não podem exprimir seus sentimentos."’
(Tradução da notícia : CLARA ALLAIN)

ILUSTRAÇÃO : EDMUND DULAC - RUBAIYAT

Um comentário:

Anônimo disse...

Do Marrocos ao Iraque, milhares acompanham fascinadas as vicissitudes de Nour e Mohannad - QUE LEGAL!