terça-feira, 14 de setembro de 2010

DECEPÇÃO... E negociações para que os rapazes se voltem para um autônomo 'MÃOS À OBRA'-*! (Desistir de negociar, NUNCA!)


Após ler textos sobre masculinidades (por exemplo) dos psicanalistas Edson Luiz André de Sousa (que questiona as dificuldades e a possibilidade do contingente masculino expandir sua interioridade pela imaginação, pelo sonho, pelo poético), e de Maria Rita Kehl (que desenha um homem antes rancoroso que inspirado pela riqueza e liberdade da interioridade feminina), fiquei decepcionada com o texto de ontem (13 de setembro de 2010) de Luiz Felipe Pondé, na F de SP, e (mais uma vez!) AINDA MAIS pelas frequentemente equivocadas feministas e pós-feministas norte-americanas.

Talvez seja o tempo da mulherada se aquietar reflexivamente por um período, avaliando -sim - ganhos e perdas (e lembrando que "no free lunch", afinal!), para dar espaço/tempo ao pensamento/ação dos rapazes...

A não ser pela psicanalista Nancy Chodorw, minha identificação se direciona para as européias (Elisabeth Badinter, e a psicanalista neo-zelandesa que foi para a Inglaterra Juliet Mitchell, p ex). Adoraria comentários sobre o texto dele, que INSISTE em esperar mudanças através de movimentos do contingente feminino, O QUE - na minha modesta opinião - IDENTIFICA, MAIS UMA VEZ O CONTINGENTE MASCULINO COMO IMPOTENTE NO PENSAMENTO, NA INTERIORIDADE, NA AÇÃO, NA SUA AUTONOMIA, NA SUA CAPACIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO POR SI-MESMO!

Eu, como os autores com os quais me identifico, acredito na capacidade/possibilidade de movimentação do contingente masculino em prol de si-mesmo. Eis um fragmento do texto de LFP de ontem:

"...Proponho hoje a leitura de "Feminist Fantasies" (fantasias feministas), de Phyllis Schlafly...O primeiro artigo deste livro é já uma pérola de provocação: "All I Want Is a Husband" (tudo o que quero é um marido). Contra a "política do ódio ao macho", nossa polemista afirma que a maioria das mulheres, sim, quer, antes de tudo, amor e lar. Quando elas se lançam na busca do amor e sucesso profissional em "quantidades iguais", mergulham numa escolha infernal (a autora desenvolve a questão nos ensaios seguintes) que marca a desorientação contemporânea...Diz um amigo meu que, pouco a pouco, as mulheres se tornam obsoletas. Por que não haveria mais razão para investir nelas? Conversando sobre esses medos com alunos e alunas entre 19 e 21 anos, percebi que muito da "obsolescência da mulher" é consequência de três queixas masculinas básicas: 1. Elas são carreiristas; 2. Não valorizam a maternidade; 3. Não cuidam da vida cotidiana da família. Associando-se a este "tripé", o fato que elas começam a ganhar bem, nem um "jantar" é preciso pagar para levá-las à cama. Resultado: a facilidade no sexo de hoje é a solidão de amanhã. Mergulhadas em suas exigências infinitas, morrem à janela, contabilizando as horas, contemplando o próprio reflexo..."

Vou adorar ter comentários...

Na foto, Elisabeth Badinter, que certamente teria sentimentos bem parecidos com os meus de decepção (mas também de trabalho para que o contingente masculino acredite que é capaz de autônoma 'mãos à obra'-*) ao ler esse texto, ontem...

* Quaisquer piadinhas referentes à mera prática da masturbação estão dispensadas, por óbvias e manjadas de longa data...


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