terça-feira, 4 de agosto de 2015

SOBRE O LOBBY LABORATORIAL PSIQUIÁTRICO
(Dos anos 70 até agora):


A -
O processo desenvolvido nisso que AINDA chamamos 'Psicoterapia' (um dia vou me divertir buscando um nome mais adequado para ele, a partir de tudo que já se pensou a mais sobre o assunto de uns anos para cá) NÃO é necessariamente uma busca de uma "cura" de um "transtorno" de alguém que esteja "doente".
Pelo contrário, o processo talvez de fato comece quando os possíveis "sintomas" tenham (como 'mágica'?) desaparecido, o que às vezes nem demora tanto o quanto se pensa.
É antes de tudo um processo REFLEXIVO, para pessoas cuja "estilística existencial" predispõe a experimentá-lo, como identificado pelo colega Joel Birman em sua obra.

B - HISTORINHA REAL ILUSTRATIVA, PARA PENSAR:
Nos anos 70 estava casada com um médico já falecido, psiquiatra, psicanalista, e responsável por alguns relevantes centros médicos de sua área.
A RESISTÊNCIA ao status quo estava viva e incorporada à vida daqueles mais reflexivos e inquietos como nós; e era exercida de maneiras diversas: nem só de “luta armada” vive a RESISTÊNCIA...
Muitas historinhas eu poderia contar sobre esse período, mas focarei na mais significativamente associável ao link que acrescento aqui, em seguida.
Esse homem (como era de se esperar de um ‘resistente’) tinha comprado uma boa briga com o lobby dos laboratórios.
Briga tão boa quanto a briga Política também comprada, briga esta que estava evidenciada no dia a dia dos hospitais por uma centena de atitudes, bem semelhantes proporcionalmente àquela comprada pelos artistas da época; apenas, cada qual desenvolvia sua briga com as armas (e a prudência) que tivesse à mão...
Morávamos num dos primeiros condomínios de uma Barra da Tijuca ainda deserta; onde morávamos, nem ônibus circulavam ainda.
Um dia, ao acordarmos para ir ao Centro da cidade para trabalhar, o porteiro do condomínio nos aguardava onde estava o carro, e parecia transtornado.
Ele nos implorava para que chamássemos um taxi para sairmos, e que pedíssimos para um mecânico examinar o carro antes que o usássemos.
E aí revelou o porquê disso: segundo ele, durante a madrugada, “alguns homens de terno e armados teriam entrado ‘na marra’ no condomínio, ido à nossa garagem, e mexido no carro”...
O mecâncio (que veio mais tarde) não viu nada de anormal (assim me disse esse marido: verdade, ou gentil mentira para que eu não me assustasse ainda mais, não saberei jamais).
Da mesma forma jamais saberemos que espécie de opositores foram lá (“dar uma espionada no inimigo”)...:
- SE os agentes ditatoriais (que poucas semanas após, na impossibilidade de censura artística,  pressionaram com um inquérito “administrativo” e alguns interrogatórios, nos quais nossas reuniões de supervisão teórica eram acusadas de ‘subversivas’ – o que, aliás, de certa maneira, de fato o eram...rsrsrsrsss),
- OU os responsáveis pelo lobby laboratorial, no caso especificamente o psiquiátrico...
Alguém aqui crê que após o triunfo dos “yuppies” nos anos 80, e em tempos “suficientemente  corruptos” ainda correntes, esse tipo de pressão tenha “se curado”?...: 

C - O LINK:
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/26/sociedad/1411730295_336861.html

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