quarta-feira, 2 de março de 2016






SOBRE POLÊMICA AO REDOR DOS TEXTOS DE FERNANDA TORRES  EM FEV 2016


Felizmente o dito feminismo não é uma gosma ruminada por uma obediente e igualada boiada.


Eu, por exemplo, enquanto 'militava' nele em 1979, pensando nas relações ENTRE pessoas, e não numa disputa de FLA x FLU, decidi estudar/pesquisar os que falavam menos: as Masculinidades.


Não me alinho com quem quer ver violência e estupro necessariamente associados ao contingente masculino.


A Mulher penou por séculos sob a sua associação ao Pathos ("a histérica", "a fatal", etc).

Essa associação não a ajudou em NAAAADAAA.

Felizmente sua força de conexão entre suas iguais foi forte o suficiente para que as mulheres se tornassem o Ator Social Mulher, e deu no que deu: inúmeros triunfos que ainda brotam.


O grupo LGBTT* viveu o mesmo fenômeno, ("os devassos", "os aidéticos", etc...), numa trajetória bem semelhante.


LOGO, NÃO vou colaborar para que a mesma fantasmagoria de Pathos "pinte" as Masculinidades! Já sei que NÃO AJUDA!


Claro que ilhas patológicas existem.

Se queremos DE FATO que elas 'minguem', podemos ajudar "botando gasolina" no meio das bilhares de Masculinidades não patológicas para que eles façam o mesmo que a Mulher e LGBTT* fizeram: conectar-se fortemente, com autonomia, independente de convocação institucional, ignorando classe social, status educacionais, religiosidades, reunindo homens heterossexuais, homens homossexuais e transhomens (no mínimo), ao redor de suas características identitárias, e sua potência criativa.


Quem sabe nossas Masculinidades se tornem o Ator Social Homem, única categoria de Gênero que está faltando?

Isso beneficiará TODOS NÓS, e começará a curar o pathos de várias faces que sem dúvida há por aí.


Também não gostei de algumas coisas do primeiro texto da Fernanda Torres, especialmente da frase final.

Mas fiquei constrangida pelo pedido de desculpas dela que foi publicado em seguida, diante da grita de segmentos feministas; me parece ser um pedido de desculpas de ser si mesma, o que continua sendo um direito inalienável, e não deveria ser motivo "para pedido de desculpas".


Identidades singulares podem conviver!

Pluralidade é feita de singularidades!

Equidade é Ética, e serve a equidade de Direitos.

Liberdade é Estética, e serve às singulares estilísticas e potência de criação.

Pluralidade é o que nos tornaria Humanos, caso conseguíssemos aceitar a convivência das singularidades na pluralidade...

Quem sabe um dia?... Utopias plausíveis...


Adotar um posicionamento não precisa ser se deixar manter engessado, e esquecer o caráter de mutante maré que a própria Vida e o Humanismo têm.


E caso se torne compulsório adotar um posicionamento, o meu será ao lado das crianças do futuro; meninas e meninos, livres para sua pluralidade, inclusive a de expressão de Gênero, e de expressão em qualquer área que respeite a Regra de Ouro.

IMAGENS, eu em foto, e pintura de Arsen Kurbanov

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