SOBRE
POLÊMICA AO REDOR DOS TEXTOS DE FERNANDA TORRES EM FEV 2016
Felizmente o dito
feminismo não é uma gosma ruminada por uma obediente e igualada boiada.
Eu, por exemplo,
enquanto 'militava' nele em 1979, pensando nas relações ENTRE pessoas, e não numa disputa de FLA x FLU, decidi estudar/pesquisar os que falavam
menos: as Masculinidades.
Não me alinho com
quem quer ver violência e estupro necessariamente associados ao contingente
masculino.
A Mulher penou
por séculos sob a sua associação ao Pathos ("a histérica", "a
fatal", etc).
Essa associação
não a ajudou em NAAAADAAA.
Felizmente sua
força de conexão entre suas iguais foi forte o suficiente para que as mulheres
se tornassem o Ator Social Mulher, e deu no que deu: inúmeros triunfos que
ainda brotam.
O grupo LGBTT*
viveu o mesmo fenômeno, ("os devassos", "os aidéticos",
etc...), numa trajetória bem semelhante.
LOGO, NÃO vou
colaborar para que a mesma fantasmagoria de Pathos "pinte" as
Masculinidades! Já sei que NÃO AJUDA!
Claro que ilhas
patológicas existem.
Se queremos DE
FATO que elas 'minguem', podemos ajudar "botando gasolina" no meio
das bilhares de Masculinidades não patológicas para que eles façam o mesmo que a Mulher e LGBTT* fizeram: conectar-se
fortemente, com autonomia, independente de convocação institucional, ignorando
classe social, status educacionais, religiosidades, reunindo homens
heterossexuais, homens homossexuais e transhomens (no mínimo), ao redor de
suas características identitárias, e sua potência criativa.
Quem sabe nossas
Masculinidades se tornem o Ator Social Homem, única categoria de Gênero que
está faltando?
Isso beneficiará
TODOS NÓS, e começará a curar o pathos de várias faces que sem dúvida há por
aí.
Também não gostei
de algumas coisas do primeiro texto da Fernanda Torres, especialmente da frase final.
Mas fiquei
constrangida pelo pedido de desculpas dela que foi publicado em seguida, diante da grita de segmentos feministas; me parece ser um pedido de desculpas de
ser si mesma, o que continua sendo um direito inalienável, e não deveria ser
motivo "para pedido de desculpas".
Identidades
singulares podem conviver!
Pluralidade é
feita de singularidades!
Equidade é Ética,
e serve a equidade de Direitos.
Liberdade é Estética,
e serve às singulares estilísticas e potência de criação.
Pluralidade é o
que nos tornaria Humanos, caso conseguíssemos aceitar a convivência das
singularidades na pluralidade...
Quem sabe um
dia?... Utopias plausíveis...
Adotar um
posicionamento não precisa ser se deixar manter engessado, e esquecer o
caráter de mutante maré que a própria Vida e o Humanismo têm.
E caso se torne
compulsório adotar um posicionamento, o meu será ao lado das crianças do
futuro; meninas e meninos, livres para sua pluralidade, inclusive a de expressão
de Gênero, e de expressão em qualquer área que respeite a Regra de Ouro.
IMAGENS, eu em foto, e pintura de Arsen Kurbanov
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